Secretária adjunta de Saúde pede exoneração após ser alvo de operação que investiga desvio de dinheiro do SUS em MT
09/12/2024
Caroline ocupava um dos cargos mais importantes da secretaria e já havia sido investigada em outra operação, em 2023. Secretária-adjunta de Saúde de MT Carol Dobes
Reprodução
A secretária adjunta de Unidades Especializadas da Secretaria de Saúde de Mato Grosso (SES-MT), Caroline Campos Dobes Conturbia Neves, foi exonerada do cargo, a pedido, na sexta-feira (6). A exoneração foi publicada em Edição Extra do Diário Oficial do Estado.
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A ação aconteceu após a Operação Panaceia, deflagrada pela Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), que investiga desvio de recursos públicos do Sistema Único de Saúde (SUS). O afastamento da secretária, citada nas investigações como 'a mulher da SES', foi solicitado pela Justiça como medida cautelar, para evitar que uma possível influência dela nas investigações.
O g1 tenta localizar a defesa da secretária.
Na ocasião, o diretor do Hospital Regional de Cáceres (MT), Onair Nogueira, foi preso durante a operação. A defesa do diretor informou que não vai se manifestar sobre o caso.
Diretor do Hospital Regional de Cáceres (MT), Onair Nogueira
Divulgação
Durante a operação, foram cumpridos ainda 15 mandados de busca e apreensão e dois afastamentos de servidores públicos do hospital. A Justiça também mandou bloquear R$ 5,5 milhões da conta de 12 investigados pela polícia.
Alvo de outra investigação
Caroline também já foi investigada durante a Operação Espelhos, em 2023. Na época, o Ministério Público acusou Caroline de associação criminosa, mas a Justiça de Mato Grosso rejeitou a denúncia por duas vezes, alegando a ausência de provas suficientes para vincular diretamente a secretária ao esquema ilícito.
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Investigações apontaram que as fraudes tiveram início durante a pandemia de Covid-19
Polícia Federal
Conforme as investigações, as fraudes tiveram início durante a pandemia de Covid-19, quando servidores e empresas passaram a direcionar recursos do governo federal destinados ao SUS em Mato Grosso a um grupo fechado de empresas, cujos sócios possuem ligação entre si, prejudicando a participação de outros interessados.
As empresas envolvidas no esquema de desvio de dinheiro receberam cerca de R$ 55 milhões até agosto de 2024. A maior parte do dinheiro foi depositada durante a pandemia de Covid 19, segundo a PF.
As empresas simulavam um ambiente competitivo, inclusive apresentando propostas para conferir aparência de legalidade aos procedimentos.